segunda-feira, 25 de março de 2013

Quando as lágrimas aparecem…


Quando crianças, as lágrimas surgem em nossos olhos como se uma torneira estivesse sendo aberta. Com maior ou menor intensidade, um líquido com gosto característico, que já serviu de propaganda para campanha de vacinação, escorre pelo nosso rosto e podem significar muitas coisas: um brinquedo quebrado, uma machucadinho na perna, uma chinelada da mãe. Os mais variados motivos nos levam as vezes até aos prantos.
Mas é quando deixamos as poucas idades no passado e ganhamos maturidade, que uma lágrima toma outro sentido. As vezes, mesmo que você não queira, ela escorre pelo seu rosto como um rio seguindo seu leito e serpenteando em seu caminho.
Há alguns dias, minha filha que terminara o ano letivo do segundo ano do Ensino Fundamental, estava vestida com camiseta vermelha e calça jeans, pronta para a apresentação da escola, e me perguntou se eu choraria ao vê-la cantando. Por mais que eu quisesse responder a ela, não sabia ao certo o que falar. Disse apenas que não tinha o porque soltar uma lágrima. Mentira!
A diretora da escola fez a apresentação de todos os professores, de cada sala e de cada disciplina. Até então minha filha, do meu lado, ia apontando com seu dedo quais haviam sido os dela. O professor de educação física, a de música, a de teatro. Todos no palco, aguardando a exibição de um pequeno vídeo com diversas fotos dos alunos.
Aplausos aos alunos e professores que estavam sendo projetados na tela. A diretora pede que todos os alunos sejam encaminhados para uma ante sala, onde entrarão em fila para a apresentação de natal. Cada sala com uma música para cantar e encerrar o ano letivo.
Minha pequena Nicolly passa, em fila, acompanhada de sua professora de música e segue até o palco para a cantata. Um breve silêncio até que a diretora comece a dizer de que sala são os alunos. Os olhos de pais, mães, professores e diversas outras pessoas fixos, aguardando a apresentação.
E a música começa. Após vários dias de ensaio, todos estão cantando. Emocionando e sendo emocionados. Ouvindo a própria voz e mostrando a todos os presentes o quão simples e bonito pode ser um momento.
Como que por um passe de mágica, um nó na garganta aparece e, do nada, vem a lágima que estava escondida, guardada, esperando o momento de surgir. E não haveria força que a fizesse parar de escorrer. Vê-la ali, mostrando o que havia aprendido e emocionando os que estavam presentes foi um momento mágico para mim. Não há explicação para o que é isso e como acontece, simplesmente acontece. 
E chorei, pois sabia que seria um momento que passaria, tão breve como alguns segundos no relógio. O tempo passa muito depressa e essas pequenas cenas são as que fazem tudo valer à pena. E tem horas, que não dá para segurar a lágrima.